terça-feira, 27 de novembro de 2018

sobre a vida...

A vida segue mansa,
às vezes pesada, às vezes leve como o quê?
E a gente segue, nem tanto.
Mas vai levada por tudo o que a falta não para.
Há momentos estranhos como esse em que parece que algo está conectado a mim.
Posso sentir.
Mas não sei o quê.
Queria estar perto de uma pessoa, que me fortalece, por precisar do que sinto.
A vida segue cruel, às vezes. Sempre foi assim.
Mas porque a gente não sabe de nada, a gente vê crueldade onde há lição.
E para aprender é preciso viver.
Resta aceitar o quê.
Por um caminho só, a rota nunca muda.
O que me espera lá na frente?
Se não posso ver, eu temo. É que falta fé no descanso, às vezes, mas a gente vai assim mesmo.
Porque a vida não para.

27 de novembro de 2018

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

sobre o saber...

enquanto ele me afasta,
eu queria dizer que apenas sei
o que é se sentir sozinho, e ao mesmo se isolar ainda mais.
eu só queria dizer que imagino o tamanho da escuridão,
o esforço pra se manter forte quando tudo diz 'não'.
sobre estar cansado, eu sei também:
dias que parecem vazios,
de qualquer coisa que faça sentido.
e a gente segue sentindo um peso demais,
mas não para.
sobre estar perdido... sim, estou.
e há nobreza, meu amigo [parafraseando Bukowski],
em resistir a tudo o que oprime,
na esperança de que logo mais tudo se renove.
e vai.

e eu só queria estar lá.

[19 de novembro de 2019]

terça-feira, 6 de novembro de 2018

Sobre o esquecimento...

Eu devia saber. Todo dia lembrar que o esqueci? Sempre quando, pelas ruas, vejo algum traço que  me faz lembrar dele: cores, barbas, cabelos, corpos. Isso não seria assim tão mal, se não viesse acompanhado de desejo. Um desejo que parece não ter fim...
Só então eu percebi que tenho procurado por ele todo esse tempo, um ele em outro alguém. Mas não há outro igual. Ainda bem. É muito angustiante esse monte de recortes, essa parcialidade, essa incompletude na busca de algo que não vou encontrar. Quantos não puderam ficar? Nem sei, não vi. É tudo tão racional que preocupa: como agir sobre o próprio eu? como desviar o desejo? É tudo muito absurdo! Eu não posso ser assim tão fiel... eu preciso sair dessa rota viciante, que torna tudo permissivo, que se alimenta de tão pouco, fraqueja, mas não morre. Eu sei do que preciso, não precisa me dizer. Apenas aponte onde devo ir. Apenas traga quem vai me resgatar de mim. Traga quem vai me fazer sentir o desejo por coisas loucas, fantasias e poesia! Ás vezes eu tenho medo. De ser solidão pra sempre.


sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Sobre esses dias...

Ah, há dias como esses... em que a confusão do mundo infiltra no corpo e faz tudo parecer perdido. É uma solidão aguda mais um desejo de não pertencer, cabe sim a contradição. Sempre passo por esses momentos, infelizmente tão sempre que pressinto quando eles vêm. Depois do auge do clímax da vida, em que tudo parece o ponto alto da realização, vem o desfecho: tudo descarrila. É uma falta de razão de ser e existir. É um desejo reincidente de querer sumir. E você sabe como. Não se pode falar em morte, mas penso que falar sobre pode resignificar a vida. Deus é uma consciência para mim, é real, indubitavelmente presente. Mas às vezes gostaria de não ter essa certeza. Percebe a gravidade do que eu escrevo? Só Deus me mantém em vida. Sei que fases passam, mas a certeza de que voltam... essas voltas fazem [qualquer um?] cansar. É tão consciente a fé, a esperança, o movimento de mudança, engrenagem dos dias bons; mas que na pausa para respirar somem ou simplesmente não dão conta. Eu queria ter a escolha. Só me resta esperar começar a subir, de novo, essa montanha-russa que é o meu interior, rumo ao cume do prazer vital, e à descida crucial logo em seguida. Hoje é dia de escrever.

quarta-feira, 27 de junho de 2018

Às vezes, vejo teu sorriso (tão raro) por aí,
teus olhos brandos, cabelos, ombros
uma t-shirt branca...
E sinto um aperto no peito,
uma vontade de te ver de novo.

27 de junho de 2018
A tua lembrança pousa no meu pensamento, assim do nada.
Então sinto falta,
Desejo aqueles raros momentos...
E a solidão se instala.
Coisas boas aconteciam entre nós,
mas as coisas ruins não deveriam me deixar querer você.
É preciso mesmo ter paciência com o que se sente:
a gente, o outro, todos.
Nem tudo se pode controlar.

23 de junho de 2018

domingo, 3 de junho de 2018

sobre a chuva...

é de tarde, 
uma chuva passageira cai
e da janela o que vejo me faz pensar:
assim como na chuva os passarinhos fogem
procurando um lugar para se abrigar,
você se esconde no seu ninho, 
sozinho,
imune ao amor, 
evitando se molhar.

25 de maio de 2018.

sexta-feira, 1 de junho de 2018

sobre o movimento...

Cada um com sua vida, sua história
travando sua batalha
diária.
É só olhar ao redor,
quem há de julgar
o ser do outro
e a sua coleção
de derrotas
e a esperança
de mudanças?
Para cada dia de esforço, o velho "tá osso"
e que desgosto esse mundo de desiguais.
Desigualdade cruel em que poucos têm mais, demais até.
Quando tivermos coragem de confrontar o meio
e ver no outro a história que [per]passa,
quem haverá de não sentir apertar o peito,
mesmo sendo no contratempo
de uma viagem num transporte público,
de uma andança na cidade louca,
apressada e distraída?

08 de janeiro de 2018

sobre o...

Se ainda mexe e deixa tudo por dentro ressentido,
pra que fingir que passa despercebido?
É preciso que não se veja nem se ouça
o que o olhos não aguentam ver,
o que os ouvidos não suportam ouvir...
Exige força, mas é preciso se fazer ir.
Sem olhar para trás, onde não há nada real,
que corresponda ao que o coração espera ter,
mas que assim como não tem não terá.
Nem tudo que não existe vem a ser.

18 de fevereiro de 2018

sobre as lágrimas...

É fim de tarde e chove,
estou num ônibus lotado
e os pingos da chuva na janela
fazem o vidro ficar embaçado;
assim como meu coração fica
com as lágrimas que não se podem ver.

[06 de abril de 2018]

domingo, 27 de maio de 2018

sobre o vazio...

o vazio que me habita agora
é a certeza do despejo do você para fora de mim
tanto [re]lutei
eu sabia que seria assim
a falta de remorso, a mágoa nula,
um basta para selar o fim.
agora sei que não tem mais volta
eu não te quero nunca mais
é assim.
e que você não volte atrás jamais
pois
não suportaria de te dizer 'não'
veja só a ironia, logo você, que partiu meu coração.
afinal, quem diria que poderia ser tão ruim assim
gostar de alguém
como gostei de você?
agora nem acho nem digo nada.
é tudo vazio nessa mente desocupada.

quarta-feira, 23 de maio de 2018

sobre o esperar...

a vida da gente é a gente quem sabe.
e sim, os sentimentos, emoções também.
paciente: nunca fui. 
mas ele de tanto adiar a vinda, me ensinou a paciência, 
mesmo sem querer, fui tendo tanta que aprendi a ter.
acreditar em poucos, suspeitar de todos. assim era.
com ele reaprendi a dar um voto de confiança.
mesmo sem querer, escolhia acreditar.
agora estou um pouco cansada.
e todas as vozes lá fora dizem 'pare', e ecoam em meu pensamento,
chegando ao meu coração.
de repente gostar não é tão feliz assim, sozinha.
tantos pensamentos sufocam o que se sente, explodem a razão.
e qual a razão para tudo isso?
mas eu sei que esperei, e se isso não prova nada, nada mais sei.

sexta-feira, 27 de abril de 2018

sobre o combate...

têm sido dias de mais risos,
porém de disfarce do quanto está sendo difícil
combater o pensamento
combater as lembranças
tão recentes e boas
que sobrevoam como vultos, mas não pousam
porque não podem; porque não deixo.

deve ser assim que se alcança o esquecimento.

27 de abril de 2018

terça-feira, 24 de abril de 2018

sobre a...

extremos 
de uma mesma energia,
falta de sintonia, pura contradição.
um passado inacabado,
um coração imaturo,
duas vidas se cruzando, cedendo à tentação.
o que te trouxe até mim foi o corpo, o meu.
mas o que me levou a ti foi o que apreendi do teu 
ser.
eu, alguém não condizente,
sempre deixada pra trás, 
abestalhadamente, sempre à espera da vez,
que nunca vai chegar.
não sei se a barreira mudou, se algum dia ela existiu,
ou se a barreira sou eu,
corpo que não serve para abrigo,
ser que não é o querido.
acontece.
a confusão se faz no pensamento que se deixa dar nós,
sem haver o nós.
ninguém é espelho de ninguém, eu não devia ter me visto em você,
nas palavras sempre certeiras e denunciadoras da forma como eu também me sentia.
parecia ser sintonia, para um plano além do corpo.
como isso se explicaria se não fosse por um destino
que insistia em me fazer esperar, mesmo sem querer, por você?
você, o único que eu verdadeiramente quis: conhecer, entender, acolher.
um bom tempo de indagações, e de constante tentativa de esquecer. 
distância, silêncio, recaídas desprezadas... 
ecoando pela vida! pelo tempo de suspensão em que ninguém mexia com esse meu coração.
parecia que era, mas só parecia para mim. 
impossível alcançar quem se nega, e machuca, e despreza (sem querer perder o que sabe que tem).
por um momento até pela cabeça passou, que essa indiferença é como a minha quando tenho medo:
medo do que pode acontecer se eu permitir ao outro entrar, 
e então para evitar o afasto, destrato, para fazê-lo se convencer de que em mim não é um bom lugar;
mesmo sabendo que é, só que difícil de entrar.
as marcas são reais, fortes, sensíveis. 
não se quer o passado de volta, sabe-se o quanto ele foi sofrível.
misto de dor boa com a dor de amor. ou será uma coisa só?
o outro é sempre um mistério... e a insistência, às vezes, uma perca de tempo.
mas posso dizer que tentei, pelo menos uma vez (na vida). eu insisti. 
não tenho problema nenhum nisso, se era o que eu acreditava que devia fazer.
mas já deu, e por isso escrevo isso. selagem do que precisa chegar ao fim em mim. 
eu me expando na minha intensidade, que espanta mais do que envolve, eu sei.
mas se eu nunca encontrar alguém para aceitar esse meu lugar, estarei muito bem,
porque a solidão não é coisa que me assusta. só a troco se valer a pena. 
e é uma pena que não me entendas, fales sempre da boca pra fora, ou fales e depois se arrependas.
vai ficar no ar, pelo menos pra mim, o que há por trás desse que me acendeu por completo, 
que desafiou o meu entendimento e me fez querer coisas que nunca antes eu quis...
mas aceito. 
essa deve ser a herança dessa atração sem explicação. 
só não imaginava que apenas corpos pudessem ser tão profundos assim...

domingo, 15 de abril de 2018

sobre a carência...

não é a carência que me move
nunca
sempre há uma mola propulsora
que vem de além
e além quer ir.
talvez seja essa a resposta para tuas perguntas
a carne faz tudo acontecer sentindo
mas as ideias é o que faz as coisas terem sentido
e eu que vejo a vida de forma significativa
não me reduzo ao sentir
eu quero mais!
eu quero tudo!
e não dá pra esperar
que alguém que os dois não tem
possa os dois me dar.
e enquanto é assim, eu vou seguindo o meu caminho
porque mais sentido faz estar comigo,
do que com o outro, no vazio.

[15 de abril de 2018]

terça-feira, 27 de março de 2018

sobre o muso...

Eu não sei
como se pode desejar tanto alguém
a ponto de sentir na real
o que materializo no pensamento.
E é no pensamento mesmo que se encerra
toda personificação do inacessível,
do impalpável ser.
Eu quero você em carne e carne!
Não é de fantasias que se vive algo assim...
Quero sentir você pesar sobre mim,
sugar tua boca
delirar só de te olhar
e te beijar a testa, o olho, o pescoço
deslizar sobre todo o corpo
sentir prazer ao dar.
Só você
desperta tudo isso
por quê?

[25 de março de 2018]

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

sobre imaginar...

É sobre arder no peito
o desejo de viver e sentir coisas
que até então existem só na imaginação.
Mas se a imaginação vai perdendo força,
que ela pereça estará esperando a vida
até vir com a surpresa?


(Fevereiro de 2018)

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

sobre o gostar...

você iria gostar de alguém
que não sorri pra você
que não ri das suas piadas sem graça
que parece incapaz de se divertir
que te trata com uma frieza tamanha
que faz congelar o calor que você sente
por quê?
pois é, não tem porquê (gostar).

[03 de janeiro de 2018]

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Sobre o direito...

todo o direito
dou-te 
de não se interessar
de não me desejar
de não me aceitar.
e assim além de sentir, 
vou vendo o que eu sinto 
se apagar,
perder vigor
e a cor.
dou-me o direito de sentir
por quem não sente
o quanto isso é absurdo, 
mas inefável,
e fico triste, 
mas vai passar,
agora vai.

[28 de dezembro de 2017]

domingo, 3 de dezembro de 2017

Sobre o sonho...

Vários lugares num só
E você lá sempre o mesmo
E nós lá sempre os mesmos
A exalar energia, desestabilizar um ao outro.
Você mexe comigo, mas preciso fingir que não
Amigos tentam evitar, mas quem há de impor razão?
À procura do sol que não vejo
Encontro você
Palavras trocadas, desvio o olhar
Aproximação sutil e fatal
Beijo molhado sob o entardecer
Amo o entardecer!
Olho pro horizonte há estrelas no céu
Estrelas, muitas estrelas caindo, subindo
Fogos de estrelas
Luz!
Vejo tudo maravilhada...
Que bom estar em seus braços
Tudo tão mágico...
Foi só um sonho?

[03 de dezembro de 2017]

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Sobre o sussurro...

Vento tirando galhos pra dançar
e por uns segundos, folhas sussurrando coisas
que não dá pra entender.

21 de outubro de 2017

Sobre o inesquecível...

Inesquecível é o que está tatuado sob a pele
sob o músculo
sob os ossos:
na alma,
que transcende, tudo envolve,
é imortal.

Ao muso perdido no tempo, mas não na memória.

19 de outubro de 2017.

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Sobre o que é vital...

É nesse pulso que me encontro:
não há gozo quando o ar não falta,
quando não se quer encontrar a paz do outro de novo.
Eu fui feita para a paixão!
Uma simples chama inflama e traz razão,
sentido que se faz sentindo a pulsação de quem só vê a vida
como sinônimo de amor, tesão.

[14 de junho de 2017]

sábado, 29 de abril de 2017

sobre o tarde demais...

Se eu soubesse...
Eu teria perpetuado cada segundo,
decorando não apenas as horas, mas os minutos...
Se eu soubesse amar para fora, você teria sentido o meu amor.
Você: o lugar mais seguro que já encontrei fora de mim,
meu porto, ao me deixar ancorar em seu abraço.
Se eu soubesse amar...
você teria ficado.

[29 de abril de 2017]

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Sobre rodox...

hardcore para fazer tremer o chão, a cadeira
e os pensamentos
espalhados
até que da mente saiam;
para calar as vozes que não param.

droga certa para os dias em que não quero
dar ouvidos a mim mesmo
ou ao que julgo que sou eu
por estar falando dentro da minha cabeça.

[17 de abril de 2017]

sábado, 1 de abril de 2017

Muito eu perdi sendo quem eu era.
Sei que muito tenho deixado para trás ao ser quem tenho sido.
Mas é isso: para cada qual o seu tempo: passado, presente ou futuro. 
O que foi de ser já foi, o que é de ser tem sido, e o que há de [voltar a] ser será.
Sem pesar. 
O autoconhecimento é liberdade.

[01 de abril de 2017]

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

sobre a rota...

é o coração
que arde de saudade do que sentia
ah! quanto desejo cabe num peito que não tem
por quem esperar?
quem dirá?
a rota que devo seguir para encontrar o abrigo 
que será o alívio para esse queimor 
quem mostrará? 

[28 de fevereiro de 2017]

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Às vezes, desejamos algo que julgamos ser o que merecemos
mas Deus no seu incompreensível amor, acha que merecemos muito mais!
Ninguém nos ama como ou mais do que Deus.
Nem nós mesmos.

[06 de janeiro de 2017]

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Sobre a rapidez...

Tudo que vem rápido se vai na mesma rapidez
por isso não me prendo ao furacão de palavras
que espalha ilusão.
No fim, há sempre uma devastação desilusão.

[12 de janeiro de 2017]

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

se fosse apenas cansaço
talvez o repouso resolvesse
mas se a dor faz repouso
a vontade é tirá-la daqui.
então é sabido que não é a vida
é a dor que...
se eu tirar o coração, a dor para
a vida também
é consequência, não opção.

[09 de janeiro de 2017]

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Sobre o passar...

o tempo passa, mas
para em você
e então paro também
com essa tristeza
que não passa.

[29 de dezembro de 2016]

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

sobre a certeza do medo...

tenho medo de pensar que você pode ficar
tenho medo de pensar que eu posso ficar
sem você.
tenho medo de acreditar e deixar meu coração se entregar.
tenho medo de não acreditar e de correr o risco de te perder.
sinto sua falta, mas quero esquecer.
tenho um medo danado de me prender a você.

[perdido do ano de 2009]

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Sobre a cicatriz...

a ferro e fogo marcou
e na aurora desponta em dor
inflama a cicatriz.
e no soar do silêncio que se faz
destoa tristes lembranças
pesar a pesar na mente 
hoje sã
mas leve ao coração.

[29 de novembro de 2016]

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Sobre a música...

o corpo dança
levita
pirueta
sem sair do lugar.
o que toca 
transborda a alma
põe em pausa o pensar
é a música!

[24 de novembro de 2016]

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Sobre a chamada...

Ouvem a música tocar
nem é preciso chamar
veem a alegria e vêm 
sentir também.
São de festa.

Mas o silêncio,
que não tem som, 
nada toca.
Mas deveria chamar
ou fazê-los sentir
que onde há silêncio 
há muito tempo
pode haver tristeza ou morte.
Mas isso não sentem.
Alguns são só de festa.

[06 de novembro de 2016]

domingo, 6 de novembro de 2016

sobre o escuro...

como alguém tateando cego 
no escuro
sem habilidade para se guiar
derrubando tudo que encontrava pela frente
machucando[-se em] tudo que não saía do lugar
eu ia
tentando arrumar a bagunça já feita,
mas ainda sem enxergar,
só fazia piorar
porque na volta outras coisas derrubava
e o estrago só aumentava.
quando é assim, o ideal é seguir em frente
até a luz encontrar
e deixar o que ficou pra trás, 
sob o jugo da ignorância. 
e num novo percurso, com a luz do saber
há de haver tato e todos os sentidos.
tentar insistir em voltar,
pelo mesmo caminho,
às vezes,
é dá rasteira em si mesmo.

[06 de novembro de 2016]

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Sobre o colo dos sonhos...

mesmo em vida
não tenho mais tua presença
colo cheio de calma.

mas os sonhos que vêm
noites afora
trazem você, colo cheio de calma.

[31 de outubro de 2016]

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Sobre a canção...

as canções que tocavam você
ah!
não tocam mais.

mantenha a distância
e tudo se diluirá no abismo
em que se tornará a memória
descanso para essas lembranças.
silenciosamente, no ritmo das canções
que não se ouve mais.

[28 de outubro de 2016]

Sobre a canção...

as canções que tocavam você
ah!
não tocam mais.
do que você trouxe
muito você mesmo levou
devagar...
mas não menos pervertidamente.
mantenha a distância
e tudo se diluirá no abismo
em que se tornará a memória
descanso para essas lembranças.
silenciosamente, no ritmo da canção
que não se ouve mais.

[28 de outubro de 2016]

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

sábado, 1 de outubro de 2016

sobre a vida...

tanta gente em movimento
cada um na sua vida
tantas vidas
e mesmo assim 
há quem se sinta só
às vezes
é da vida
nascemos 
e sós iremos
além.

[31 de setembro de 2016]

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Sobre o presente...

Enquanto houver desejo
de voltar no tempo
para fazer diferente
tentarei fazê-lo no presente.

[19 de setembro de 2016]

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Sobre o vício...

meu gosto continua sendo
pelo teu beijo
terá sido a nicotina
a razão de tal defeito?

[15 de setembro de 2016]

domingo, 4 de setembro de 2016

sábado, 20 de agosto de 2016

Sobre os lugares...

Os lugares por onde andei
para te encontrar
não são mais os mesmos
se não mais me permitem passar
sem te encontrar.

[2o de agosto de 2016]

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Sobre o abraço...

um aperto no peito
mas é a saudade
sincera
daquilo que não vai voltar

aperto que antes era de dois peitos 
agora é vazio entre os braços
falta o abraço.

[13 de julho de 2016]

Sobre a aurora...

aurora...
a despontar o sonho 
sorrir luz na minha cara
cravando raios de esperança
vã 
a queimar a poesia 
num cenário sem luz...
como pode?

[13 de julho de 2016]

terça-feira, 14 de junho de 2016

Sobre o arco-íris...

Quanta poesia cabe na extensão de um arco-íris
Gigante em cores
Rasgando o céu de ponta a ponta?

[de onde para onde?]


[14 de junho de 2016]

quarta-feira, 18 de maio de 2016

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Sobre o que sinto...

Não posso reduzir o que sinto
a um prazer um a um
se ele é sedento como alguém no deserto;
na sua amplidão só cabem dois.

[29 de março de 2016]

quarta-feira, 30 de março de 2016

Sobre o tesão...

Não quero quebrar o silêncio, mas...
Quando te vejo
Dá vontade de saber
Se esse tesão que ainda bate
é só em mim
Ou se também e ainda em você.

(29 de março de 2016)

quarta-feira, 23 de março de 2016

segunda-feira, 21 de março de 2016

Sobre a espionagem...

É noite cedo...
cá estou deitada,
e da janela vejo a lua, que cheia,
majestosa brilha ao lado de Vênus.
Não sei se ela me espia
ou s'eu espio ela...



[21 de março de 2016]

domingo, 20 de março de 2016

Sobre o besouro...

fim de tarde
bom para ver o céu
vejo um besouro de flor em flor
na leveza dos saltos
ele se vai
para onde?

[20 de março de 2016]

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Sobre o fio...

Nas noites em que estou acesa
a energia ainda é você
a conduzir pelos fios da memória
as correntes elétricas que me fazem tremeluzir
condicionando todo o sentir
ao gozo 
e fim.

[25 de janeiro de 2016]

domingo, 24 de janeiro de 2016

Sobre o bumerangue...

Tudo o que sentimos ou desejamos, emanamos;
e se ecoa volta em dobro
e se não encontra o destino
volta igual, como um bumerangue.

Só não sei por qual caminho 
o 'bom dia' que desejei,
sem encontrar lugar,
tentou voltar.

[24 de janeiro de 2016]

sábado, 16 de janeiro de 2016

Sobre a tpm...

Após um período domada sinto que algo 
começa por querer se rebelar
num tipo de abstinência de transgressão 
num misto de natureza com querer assim
num ímpeto de impaciência sem fim.

E é sob grande esforço pelo autocontrole 
que amanso a fera esfomeada 
e carente de carne
presa em sua liberdade. 

É sempre assim: os períodos a se intercalarem.
Deve ser a TPM.

[16 de janeiro de 2016]

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Sobre o machucão...

Machuco-me ou me machucas,
quando me procuras para esquecer outra
quando me vês como uma fuga
enquanto te vejo como o caminho a seguir
quando me tens como uma distração
enquanto de mim tens toda a atenção?

[13 de janeiro de 2016]

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Sobre o desejo de dar...

Quando me apaixonei, perdi a cabeça,
deu branco
no antes, durante e depois de o encontrar.
Era um desejo de força nova, nervoso,
mas gostoso.

Julgaram que toda aquela euforia era porque eu queria dar,
e que eu encontraria outro alguém pra isso, melhor até.
Eu não entendia, e eu não tinha jeito.
Às vezes, a gente se perde em meio a novidade.
Não soube lidar.

Mas era verdade que eu queria dar!
Dar tudo: corpo, alma e coração.
Dar o amor, o carinho, o cuidado e a proteção.
Dar tudo, enfim, que antes eu não tinha tido o desejo, 
assim quente e latejante, de dar a alguém.

Que esse desejo viva sempre
e como um rio, possa um dia, encontrar seu mar. 

[28 de dezembro de 2015]

sábado, 26 de dezembro de 2015

Sobre o verão...

Você é a estação mais quente
cor, calor e luz sem fim...
Você é um eterno verão pra mim.


[09 de dezembro de 2015]

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

domingo, 1 de novembro de 2015

Sobre o silêncio...

Eis que agora o teu silêncio não me faz gritar por dentro.
A tua indiferença não me faz querer valor.
Passou.

[29 de setembro de 2015]

Sobre a luz...

O sorriso era como sol 
em dia de chuva
que aparece quase nada
mas que ilumina mesmo assim.

[21 de outubro de 2015]

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Sobre a falta...

fora a logicidade
apenas sinto falta de estar contigo
de te sentir por perto
de olhar teu rosto
de traços fortes
e suaves
teus olhos distantes e brandos
ao mesmo tempo agitados e graves
tua boca sempre grande, atraente e doce.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Sobre o florescer...

Se a César o que é de César
a você o que é para ser:
gratidão
por ter regado este canteiro
fazendo minha vida 
florescer
o ser
Nunca é tarde quando é a tempo.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Sobre o que vem...

E do nada o cheiro vem
o gosto vem
o desejo vem.

Desejo que esse vir se vá.

Sobre o não saber...

Pobre de ti, que não sabias o que é amor
que te deixaste iludir a si
vendo num aceno um "vem comigo"
e indo sem perguntar para onde 
ou até quando
continuando a seguir...
sozinho.

Pobre de ti digo para mim.

[17 de setembro de 2015]

Sobre a esperança... [3]

Ah, esperança...
Dentre tudo o que se sente
és o que parece ser a única coisa
que se sente inevitavelmente. 

[19 de setembro de 2015]

sábado, 5 de setembro de 2015

Sobre a dor...

Quanto se perde ao se achar em si
em si e somente em si?
Quanto se ganha ao se perder?

Talvez preciso seja
guardar a própria dor no bolso,
e inclinar-se ao outro.


quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Sobre o sentir...

Como uma fogueira
que estala raro por perder força
o que sinto aos poucos vai se apagando
sem pressa, a fagulhar cada vez menos.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Sobre o to be...

Sossegue que nada é 
tudo apenas está
no devido lugar
no tempo [in]certo
dentro do [im]possível.

Sossegue, nem tudo é
pra já
pr'um dia 
pra sempre
ou nunca mais.

domingo, 16 de agosto de 2015

Sobre agosto...

Se agosto é o mês dos ventos
que ele sopre pra longe
esses pensamentos
desgostosos
e traga outros
Ah[meu]gosto!

[16 de agosto de 2015]

sábado, 1 de agosto de 2015

Sobre o toque...

Frequentemente 
tenho vontade de esticar o braço 
e com os dedos 
tocar você.
Mas pra quê?
Se o toque 
só quem sentiria seria eu...

(25 de julho de 2015)

Sobre a pétala...

A cada dia passado
uma pétala a menos
da flor que eu tinha
pra te dar.
Deixarei
até o talo secar.

(01 de agosto de 2015)

sábado, 25 de julho de 2015

Poema-prelúdio...

Findando um quarto de um século...
um ciclo a se fechar...
tanto prestes a aprender...
resignificar...
redimensionar...
reconsiderar...
realinhar o contorno da própria vida
estendendo ali, cortando aqui.

Chego a pensar que tem sido tudo de uma vez
chego a desejar a ignorância de outrora
porque o conhecimento de agora dói.

Mas...
a fé é mais!

Sei que mesmo no deserto sempre haverá o maná
e que depois do deserto vem o manancial de boas coisas:
resultado do que se viveu, percebeu e aprendeu
e sobretudo, venceu.
Vitória sobre o próprio eu:
expandindo o olhar e o pensamento
pr'aquilo que vai além:
do que eu posso ver.

sábado, 11 de julho de 2015

Sobre o falar...

Te falo do que sinto
porque são coisas tão bonitas...
que talvez você se deixe encantar
com a beleza do que você mesmo
é capaz de despertar.

(10 de julho de 2015)

terça-feira, 7 de julho de 2015

Sobre a paixão...

Ao se apaixonar primeiro é o prazer
prazer prazer
Depois uma roda gigante de emoções 
oscilando entre o bem ou mal querer
Quando a montanha-russa desce enfim
se for pro sim: a paz do amor
se for pro não: libertação.

(07 de julho de 2015)

Sobre o confiar...

Confiar dever ser isso:
ter vontade de insistir
persistir
mas respirar fundo
e optar por esperar
acontecer
aquilo que deve ser.

(07 de julho de 2015)

terça-feira, 23 de junho de 2015

Sobre a saudade...

Tenho saudades das loucuras
que fizemos juntos
Os encontros às escondidas
na casa dos meus pais
Os encontros nos dias de chuva...

(02 de abril de 2015)

Sobre o [in]segurar...

Insegura
tudo isso que te impede de se mover
que te paralisa e pisa em você
boicotando o teu viver
no exato agora que único é.

Insegura esse muro a te envolver
e abre mão disso que só faz te prender
num disco
arranhado
pura repetição.

(07 de abril de 2015)

Sobre o leve...

A mais vaga lembrança sua
o mais leve pensamento em você
faz o meu corpo todo disparar
estremecer. 

(03 de dezembro de 2015)

sábado, 20 de junho de 2015

Sobre a inspiração...

E sinto transpassar no tempo...
o que nome não sei dar,
mas sei que é do bem.
Sei também que jamais vou esquecer.
E se longe estiver  
se não precisar te ver
com outro alguém,
acho bonito isso de não te esquecer
e lembrar do que vivi e senti,
fiz e quis.
Mesmo porque tive a glória do eterno
prazer.
Afinal, o que é bom é atemporal
Pode ser eterno nuns instantes
ou enquanto durar
a inspiração.

(19 de junho de 2015)

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Sobre o rascunho...

Lembro-me agora de uma flor que brotara viva e rosa em meio a uns destroços no quintal da minha casa... Aquela flor nascida e crescida dentre aquelas pedras me fez enxergar como a essência é forte. Como o que nutre é forte. Como a essência transpassa até mesmo numa flor brotada no meio do improvável. 
A vida se mostra sempre linda para quem consegue enxergar o que de belo há no que parece feio.

(08 de dezembro de 2014)

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Sobre o poema...

Faz
o que disseste que farias
em mim
escreve um poema
no meu quadril
cria
me marca.
não esquece o que
n'uma hora quiseste
me ganhaste nessa
pretensão
minha
de ser folha em branco
na mão de poeta.

(17 de junho de 2015)

terça-feira, 16 de junho de 2015

Sobre a secura...

Água
preciso de água
muita
pra umedecer toda
essa secura
matar essa sede
que vem do calor
deste fogo ardente
continuamente aceso
e flamejante
torturante
consequência
do meu desejo
em você.

(15 de junho de 2015)

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Sobre o interesse...

Não há gosto na Terra que tenha o meu querer viver.
Não há pessoa na Terra que dê razão ao meu viver.
Não há prazer nesta Terra capaz de me fazer dizer:
"Eu gosto e quero viver!"
Vou vivendo, tentando achar sabor nas coisas
porque não há nada tão interessante assim.
Pouca gente interessante.
Nenhuma novidade.
Não há nada interessante aqui, salvo a natureza.
Mas somos seres sociais, então...

O que me prende aqui
nem é daqui.

(29 de maio de 2015)

sábado, 23 de maio de 2015

Sobre o nada a ver...

Fora dispensado, talvez
e sobre mim dispensou toda mágoa
que em seu coração se alojara.

Tudo o que talvez sofrera
Justo a mim quis causar
A mim, só porque eu estava lá.

Todo rancor que em si absorvera
sobre mim quis derramar
Me punir, desdenhar...

Justo a mim que não tinha parte
alguma
no seu passado, sua história...

Vingar-se da vida em um vivente
inocente
isso na vida é recorrente
só me pergunto por quê.

(21 de maio de 2015)

Sobre a história...

Vindo de uma história linda
que inda [re]sentida pode ser
Impedindo o acontecer
De uma nova história
que tão bela ou mais pode ser.

(23 de maio de 2015)

terça-feira, 12 de maio de 2015

Sobre as lembranças...

As lembranças vão se desprendendo...
E percebendo, por vezes, vamos tentando
pegá-las, trazendo-as de volta ao peito

Mas elas dão partida todas de uma vez 
e escapam das mãos que não são capazes
de detê-las.

E com um suspiro resignado
só o que resta é deixá-las irem
percorrer o vago caminho do esquecimento

até perderem o sentido
e os sentidos as perderem de vista.

(11 de maio de 2015)

sábado, 2 de maio de 2015

Sobre o desencanto...

O encanto se desfez.
Demorou.
[In]surpreendente foi o choro
Que não rolou.

(02 de maio de 2015)

Sobre a passagem...

Quando há paixão
Tudo passa
Sob a visão turva, embaçada
Embelezada.

Passa defeitos, maus trejeitos
Passa tudo que não for bom e bonito.

Mas quando é a paixão que passa
Nada mais passa
Tudo se vê, se enxerga.

Não há mais cortina de ilusão
Há apenas a visão crua
Daquilo que você escolherá
Querer ou não querer olhar, e deixar passar.

Para continuar e amar.

(01 de maio de 2015)

Sobre falar com você...

Falar com você é atemporal
Não tem todo dia
Não tem todo instante
Tem apenas falar com você
Independente de quando
Ou quanto
Nunca é de mais
Demais mesmo só parece ser
O tempo em silêncio.

(28 de abril de 2015)

sábado, 25 de abril de 2015

Sobre o sorriso...

Das coisas que me tem acontecido
Este sorriso que se abre no meu rosto
A cada vez que penso em você
É o melhor.

(23 de abril de 2015)

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Sobre o céu...

Tenho visto o céu
uma beleza
perplexante:
Azul e seus tons...
Rosa e lilás...
Estrelas e planetas...
Luz brilhante da Lua Cheia...

Parece o prenúncio
do fim.
Visão
dos últimos dias meus.

(10 de abril de 2015)

terça-feira, 7 de abril de 2015

Sobre aproveitar...

Percebo estes últimos dias
E sinto que estão tão lindos...
Temos tão pouco tempo
Aproveitemos!


(07 de abril de 2015)

sábado, 4 de abril de 2015

Sobre o que interessa...

Quem se interessa pelo comum?
O simples é admirável, 

não o comum.

Sobre reconhecer...

Só quem [re]conhece o que a alienação 
de uma paixão pode causar, 
entende as loucuras 
que se faz por tanto 
de alguém gostar...

Sobre a menina...

Anseio pelo dia em que vomitarei 
a menina de dentro de mim,
e serei mais mulher.


Transmutar-se dói.

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Sobre a alegria...

Felicidade não é alegria.
Paz não é alegria.
Alegria é um estado.
Paz é ter.
E felicidade é ser.

domingo, 29 de março de 2015

SobreVivendo

Às vezes, a vida é essa fração de segundo
que arranca um suspiro e
faz cair uma lágrima
em face da beleza
que é estar

a viver
SobreVivendo.

sexta-feira, 27 de março de 2015

Sobre a resposta...

Ontem dormi incógnita
Hoje acordei resposta:
Acredito em amor e destino.
E eis o motivo
De tudo que não vivo
Por idealizar demais.


(26 de março de 2015)

Sobre o profundo...

Coragem mesmo é querer profundar
Quando a maioria quer superficializar
Julgando profundo ser
o mergulho naquilo que é superficial.

Se as profundezas quiserem tragar:
Imersão.
Se as profundezas quiserem destruir:
Emergir.

Quanto tempo temos?
A vida é curta para se viver com boia.
Mergulhar no sentir, e sentir o viver.
E viver tudo o que há pra sentir.

Sobre a mentira...

O baixo da mentira 
é que sobre ela
podem ser construídas verdades,
cujo concreto, nem se sabe,
é pura ilusão.

sábado, 28 de fevereiro de 2015

Sobre o ver...

Vejo coisas bonitas em você
porque estas coisas
que na verdade
existem em mim
se projetam em você
que é quem eu quero. 

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Sobre a certeza...

Se certeza existe 
Eu a tenho quando penso
No meu desejo
De ficar com você
De estar com você
De grudar em você.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Sobre o desabafo...

Escrevo como quem confidencia a Deus
Em segredo o que se passa em minha mente
O que aflige o meu coração.

Se ninguém parece me entender
Se todos tentam rotular o meu ser
Tentando enquadrar meus sentimentos
na estreita percepção que têm de mim,
Sinto-me sozinha.

Sozinha. Sozinha.
Minha solidão parece ecoar
E ainda mais me desesperar.

Sei que Deus me ouve e entende.
Só ele.
Mas insiste em me ignorar.

Se eu já não tenho forças
Se eu já não consigo evitar que esse coração acelere,e me aperreie sem parar.
Pulsa e machuca, porque me faz lembrar que estou só.
Só no sentimento,só neste círculo aberto,só na incompreensão.

Se não é Deus quem vai fazer meu coração ser feliz,
Quem será?
Se não é para prender, quero me libertar.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Sobre o apanhar...

O coração bate, e o corpo todo apanha
Pulsa forte
Posso sentir o compasso das batidas do meu coração
Fazer vibrar as várias partes do meu corpo
Braços, mãos, dedos, pernas e pés

Incontrolavelmente
Insuportavelmente.

E o peito a doer
E a vontade de poder vomitar 
Este tolo coração 
Só para não mais senti-lo bater forte em mim
Todas as vezes em que penso em ti.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Sobre a reclamação...

O tempo passa cheio de silêncio,
e dentro desse silêncio tanto sentimento há, em mim.

O coração reclama coisas 

que as palavras não conseguem exprimir.
E esse reclamar nem com revolta é,
é com uma tristeza... que me faz parar no tempo,
lamentar, e suspirar.
Ele reclama como quem pasma em face de uma decepção da vida.

E eu que sempre me defendo, mas que sempre

sou vencida, me sinto derrotada
pela minha sentimentalidade. 

Mania de sempre sentir como se fosse a primeira vez!

Ou seria como se fosse a última?

O lado ruim do querer é ter que desquerer

o que tanto se quer.
Como esquecer quando não se aceita essa necessidade?
Se desde há muito não deixei de te querer,
nem um pouquinho sequer. Tem sido como sempre foi.

É até maldade desfazer de um querer assim!

Eu por achar que mereço você, e pela primeira vez
achar que alguém merece a mim.

Entrego a memória ao tempo,

mas sempre torço para que eu não precise mesmo
te esquecer.
Mas como para o Tempo eu não tenho querer...

Resigno-me, e só espero 

para assistir você viver com outra,
a vida que eu sonhei viver com você.

Talvez se eu pudesse ver o que há a minha frente, 

não olhasse tanto para trás,
te mantendo,
ainda que insistentemente,
no meu presente.

É difícil estar pronto pr'o que não há de ser.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Sobre o encontro...

A lembrança daquele olhar pesa
Pesa na memória
Pesa neste pobre coração...

Os olhos que dantes brilhavam ao encontrarem os meus
Hoje nem os veem mais.

Como uma sombra anônima passo em tua vista
Como se nada aconteceu
Como se aquele brilho nunca existiu...

Para onde foi
O sorriso que o teu olhar sorria ao cruzar com o meu?

Decerto, ele achou mais graça em outro alguém
e passou a sorrir em outro olhar...

Pena dá de mim que sempre fico assim ao te encontrar
Esperando que o teu olhar
Novamente possa sorrir
Pra mim.

Meus olhos que sorriem ao te avistar
Logo caem em desprazer
quando tu não os vês.


sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Sobre a poesia...

A vida sem poesia, para mim,
seria uma vida sem beleza.
Porque ainda quando triste,
a poesia é uma beleza.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Sobre o amor...

    Suponho que o amor seja aquele estado de sentir e querer.
    Talvez inconsciente decisão reincidente pela mesma pessoa.
    Aquilo que transpassa o tempo, e os temores e os possíveis novos amores;
    que por mais que se tente racionalizar, só na inexplicável sensação,
    e tão somente na emoção encontra seu lugar.
    Afrontando o saber, os argumentos e afins.
    Concluindo tão somente que se ama apesar,  e porque sim.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Sobre o vento...

    Coisa mais linda é ouvir
    O vento soprar com força assim
    Fazendo as folhas, as palhas e mais
    Musicarem tudo ao redor.
    Eu ficaria horas sentada num canto...
    Só ouvindo esse vento soprar
    E sentindo sua benevolência a me acalentar... 

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Sobre o belo...

Assim como acredito que o belo
só existe plenamente nos olhos de quem vê,
acredito que sentimentos só existem, essencialmente,
para quem os sentem.

A beleza que há em sentir
Embora seja despertada por um segundo elemento
Não se origina nele.
A beleza do que se sente
Habita é em quem sente.

Talvez por isso, possa parecer tão incompreensível
Que uma pessoa feia de sentimentos
Possa acender em outrem os mais belos sentimentos,
Sem querer ou merecer.


quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Sobre o improviso...

Calado não pode ficar
Apesar de não poder falar
Sobre nada por não saber
Como se expressar.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Sobre a caduquice...

Aos poucos as lembranças
vão se tornando raras
Assim como a memória vai ficando rasa
De passado:
Bem ou mal vivido.
Natural que seja assim
Se o tempo leva consigo tudo
que não se fixa.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Sobre o decorar...

Decorei você
O cheiro, o gosto, os gestos.
Decorei você como se assim precisasse
Para sempre apreender e reaprender
A con[tigo]viver

E viver
O calor da pele
O pulsar dos nervos
Outra vez.

Tudo gravado na memória está
E sobretudo, no corpo, no desejo em estar
A queimar de novo
Como se assim fosse para manter
Aceso o fogo que arde e flameja
Relutante em apagar
Reacendendo cada vez mais forte
Com as lembranças de você.

A sua cor é fulgor
Sua pele calor
O seu sabor néctar
E o seu cheiro é flor
O único que sinto prazer em sentir.

Decorei você, sem me esforçar
Como se assim devesse ser...
Para te aprender, e ter.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Sobre a esperança... [2]

Como qualificar a esperança
quando ela persiste
mesmo em face da desilusão?

Sobre a lua...

A lua me sorriu
Achei que era um bom sinal,
Mas uma nuvem a encobriu
E levou consigo a minha chance
De sorrir de volta.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Sobre a solução...

Num mergulho no absoluto silêncio de mim,
sopro para longe todo pensamento carregado de paixão
que tanto cega e emburrece;
e tento enxergar as coisas sob uma ótica
que seja mais lógica e lúcida.

Eis que com essa percepção,
encarada, a custo, por mais de alguns minutos,
sinto-me esvaziar de você.

Em outros tempos, nesse instante de esvaziamento,

subitamente, eu fecharia os olhos para a realidade
e me voltaria para a velha ilusão.
Mas hoje não.
Eu deixo você ser expelido, e jogado no vácuo
das coisas que já passaram.

Muda, como se fosse forte, só observo você

Sendo levado embora;
como se eu não tivesse um choro contido
por não ter sequer forças para chorar.

Sobre a memória...

A sua imagem na memória desnorteia, faz arfar.
Põe um sorriso no rosto da vontade que se tem de fazer o oposto.
Tudo porque você ultrapassa a lembrança,
Se fazendo presença nessa ausência, que é tão difícil suportar
Contrariada pelo tempo, distância e a falta
De tudo o que é você.
Tão frustrante é ver e não poder ter.

Sobre o bem estar...

Há dias em que penso em você com tanta intensidade
que me parece que você também está pensando em mim,
e que uma força invisível funde nossos pensamentos
num espaço de tempo, que por uns instantes,
mais parece infinito.
E faz sorrir.

Sobre a esperança...

Ainda que chova,
se me vem à mente pensamentos de esperança,
o meu mundo novamente se enche de cor e luz!
Mas basta um só pensamento contrário
para que toda cor escorra com a água
transformando tudo em cinza outra vez.

Sobre o entardecer...

E assisto ao por do sol, que em suas cores e luz,
recebe como fundo musical o canto dos pássaros,
e o vento a chacoalhar as palhas dos coqueiros...
Tão logo o sol, agora acompanhado de música,
cederá o espaço para a noite, e seu silêncio.

Sobre o giro...

Às vezes, o mundo parece girar.
Dançando, nem me dou conta
de que na verdade,
quem gira
sou eu.

Sobre ser pega pela chuva...

A chuva beijou meus lábios
Beijou meu rosto
E por fim, o meu corpo todo.

Sobre o perigo...

É naquele vazio de palavras,
mas cheio de olhar
que habita o perigo:
o desejo.

Sobre a loucura...

Sou louca.
E nem a religião me salvaria da minha loucura;
na minha loucura eu vejo Deus.

Sobre a realidade...

Transporte-me para perto de Ti, ó Deus!
Para que do alto as coisas não me pareçam
maiores do que realmente são.
E eu possa, enfim, encontrar a paz de espírito
da qual tanto preciso.

Sobre o pensar...

Penso em você, e não encontro palavras
que possam expressar o que vejo ao te olhar
e o que sinto ao te observar...
Me esforço... mas não há inspiração.

Expressão alguma parece ser capaz
de traduzir aquilo que sinto quando penso em você,
Ou que possa justificar o meu desejo todo em você.

Então, eu desisto, porque se eu quisesse falar
do exterior seria fácil.
Difícil é querer falar sobre o que não se vê
Só se sente.
E ninguém entende.

Sobre o que se sabe...

Posso deixar de olhar pra trás
Mesmo assim não deixarei de te ver
Porque te vejo no desejo atual
De te cumprir no meu futuro.

Almas não se enganam
Te reconheci

É você
Percebi quando a alma não coube em si
E transbordou pelo corpo
Me fazendo sentir, fluir.

Sobre as vidas que se encostam...

Numa despretensão, foi que houve a abertura de um caminho
que, um dia, iria encostar as nossas vidas.
Nada parecia assim tão instigante
até à prova da tua boca, da tua pele, do teu suor...

Mas o caminho se refez,
e as nossas vidas se desencostaram.

O tempo tem passado, e nesse passar só ouço o silêncio
a gritar a distância que tem crescido entre nós.
Mas não te esqueço: te vejo quando me olho no espelho,
sinto o teu cheiro, quando eu sinto o meu.

Não deixo de te desejar a todo instante e sempre,
quando fecho os olhos posso reviver
tudo que vivi contigo:
o peso, o calor, o sabor, o sal, a carne, o tremor...

E assim como na hora olhei pro alto e pensei
"Meu Deus! Eu gostaria para sempre!",
me surpreendendo com a força dos meus pensamentos,
e desejos todos em você,
e penso "Meu Deus! O que é isso?"

Vez ou outra,
penso em redirecionar meus passos,
para fazê-los me levar até você,
mas entristeço de vergonha,
e me abstenho da ideia de encontrá-lo.
Se for de ser, um dia, um caminho há de fazer
nossas vidas se encostarem, outra vez.

Sobre o acidente...

Ela vinha caminhando na rua,
com um sorriso de canto nos lábios.
Ora olhando pro chão, ora olhando pro céu
Lembrando de como ele era incrível.
Ao atravessar a rua
Não viu que por trás de um caminhão,
vinha um carro.

Sobre o vai e vem

E você vem se chegando
e eu vou resistindo...
E então você sorri
e eu não resisto.

Mas quando eu vou...
você se vai.
Franzo os olhos: "Você vai ver!"
Então eu fico.

O tempo vai...
mas volta.
E você? Também!
E eu: "Sai fora!"

Você faz charme, me põe enganada...
e então eu perdoo.
Até que eu vou...
E você também!

E eu deixo...
e fico.
Você volta!
Eu fujo.

Mas você me encontra
Então me escondo, mas você se esconde comigo...
E é assim que vamos ficando
Nesse vai e vem..

Que...

Que eu seja menos carente, meu Deus!
Que eu seja menos ferida aberta magoável ao mais simples tocar...

Que eu tenha forças, meu Deus, para sorrir
mesmo quando eu só quiser chorar...

Que eu consiga fingir bem estar
quando o meu coração não parar de sangrar...

Que eu tenha um coração que possa dar, meu Deus
aquilo que não são capazes de me dar.

Não se sabe

Às vezes, pensamos saber quem somos,
Mas podemos ser aquilo que os outros veem em nós.
Bolha de sabão!
Vazia, embora cheia de ar
Que quando "ploc" estoura
À superfície de ar vão as partículas se misturar
Deixando de ser um pra ser um qualquer.
Quem julgava conhecer
Percebe então, que nada sabe.

Sobre os sons...

E querer ouvir os sons que dantes habitavam a casa é embarcar em lembranças de tempos bons que não voltam mais. A casa não era assim há dez anos atrás, onde hoje há praticamente outra casa, havia bananeira, mangueira, goiabeira, laranjeira, limoeiro, pé de pinha, de graviola, acerola... tinha um baita espaço verde bom para brincar. Brincar de subir em árvore, de acampar, de se esconder, de pegar...
Busca-se à tardinha ouvir os sons que dantes sonorizavam o ambiente, não há mais nenhum. Não há som de risadas de crianças brincando, não há. Nada além do silêncio de uma casa que se esvaziou depois que as crianças cresceram. Observar uma tarde quente de sol quieta é relembrar o quanto se fazia em uma tarde como essa há dez anos atrás. É projetar nos reflexos dos raios um curta que mata um pouco da saudade que se tem do tempo em que a casa sorria e sorria esbanjando alegria e alegria...

Sobre valer a pena...

... E só de ver um pássaro voar percebo o quanto me vale a pena ter nascido.
E só de vê-los dançar em bando, a beleza do espetáculo me faz ter a certeza de que vale a pena ter nascido.
E se olho o céu e posso desenhar com as nuvens dando nuvens a minha imaginação, posso crer: vale a pena ter nascido!
E só de sentir os raios do Sol a me aquecer num amanhecer ou num final de tarde...
E se me sento, assim, relaxadamente, e observo a beleza que há no pôr-do-sol decerto sei que vale a pena ter nascido.
E só de contemplar a lua cheia subindo, subindo, até lá do alto derramar sobre nós sua luz... E o que dizer das estrelas? Se com elas posso conversar e não me sentir sozinha, sinto que vale a pena ter nascido.
Até se posso andar sobre o meio-fio como que uma criança ou pular amarelinha riscada numa rua qualquer, sem me importar com o que vão pensar, vale a pena ter nascido.
Sou feliz: Só de poder contemplar tudo isso!
Se os homens não dão motivos para crer que vale a pena existir, a natureza se encarrega de fazer isto. E se eu pudesse escolher depois de morta viver, optaria pelo sim: só para mais uma vida encher-me do prazer de poder ver e sentir tudo o que Deus preparou para dar sentido ao viver!

Gradação

Vejo o céu de um ângulo diferente
Imagens distorcidas
Fragmentos por entre as linhas que me prendem
Tiras que cortam o céu e fazem-no não mais um céu
Talvez um painel cujo azul foi manchado por um pincel.

Sua vastidão me fazia sentir dentro dele, pegando as nuvens.
Hoje me vejo limitada a vê-lo numa moldura de cinzas cores
Com linhas
Verticais e horizontais
Que não me deixam enxergá-lo [em sua plenitude] mais.

Sobre você...

Como podes não te julgar especial?!
És letra...
Nas entrelinhas melodia,
És história, gestos, momentos, feições...
E mesmo quando és música
És poesia... vibração...
Vida!

Não sou mesmo

Ele espera que eu tenha asas
E que eu saiba voar.
Ou que eu viva num altar
[Numa redoma infundada].

Sarcasticamente sorrio
Dessa precipitada conclusão
Que não contradiz o que sou
Mas que também não diz nada não.

Não posso ser quem pensa
Se cá dentro habita o inimaginável
[...]

Sou um ser em construção
Inconstante, impulsiva, indeterminada
Indiferente.
Certamente ainda não tenho definição.

Não sou ponto final

Não perca seu tempo tentando me ler,
Me desvendar, me interpretar
Não vai conseguir.
Eu sou reticências...
Não sou ponto final.
O que parece ser pode não ser o que realmente sou.
Sou mistério, ou pura indecisão.
Minhas palavras, não dizem o que deveriam
Seus reais sentidos estão nas entrelinhas.
Então não seja pretensioso.
Não se precipite
Não me rotule
Não crie expectativas
Não tire conclusões a meu respeito.
Não pense que me entende
Porque não entende.
Sou quente sou frio
Sou brisa sou ventania
Sou tudo sou nada
Mudo a cada temporada.
Portanto quando eu quero...
Não uso meias palavras!